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lulawagnargeddelPor Pedro Moraes

Geddel conseguiu. A aliança nacional entre o PMDB e o PT está desfeita na Bahia. Mas o que o PMDB queria? É difícil responder depois de tantos benefícios ganhos. Geddel é ministro de um governo do PT, na Bahia o partido tinha o comando de três secretárias, sete órgãos do estado, aproximadamente 500 cargos comissionados e o apoio total do governo estadual e federal em suas prefeituras. Ontem (08), Wagner provando que as desavenças partidárias entre o PMDB e PT não interferem nas ações do governo, inaugurou uma série de obras em Morro do Chapéu, terra do prefeito “gedelista” Lucídio Rebelo (PMDB), como a construção do sistema de abastecimento de água na comunidade quilombola Barra de Dois, que vai abastecer os povoados de Olaria, Candeal e Palmeiras; dois sistemas simplificados de abastecimento para as comunidade de Várzea Grande e Jacarezinho e a construção de uma nova escola para o distrito de Icó com seis salas de aula. Ao todo, os investimentos ultrapassam R$ 970 mil, auxiliando a aproximadamente mil pessoas.

Parece que Geddel que nunca foi um parceiro confiável, arregalou os olhos para eleições que tem pouquíssimas chances de ganhar. Na política, acredito que muito superior ao ego de cada indivíduo, um projeto tem que ser defendido e acompanhado, um político só deve contestar essa diretriz se ele tiver um motivo ideológico ou um projeto de governo diferenciado, algo superior aos interesses pessoais, coisa que com certeza o PMDB baiano e Geddel não têm.

O PMDB, a nível federal, continua sendo um importante aliado do governo Lula, ele oferece estabilidade política garantindo que os projetos do governo serão levados adiante, com esse parceiro a base governista é maioria absoluta na câmara e no senado. Porém, o PT e PMDB na Bahia e Brasil são historicamente partidos diferentes. Nascidos em berços opostos, o partido do ministro Geddel é um “amigo” que adora o poder e independente de quem esteja à frente existe a possibilidade dele abraçar a causa. O grande problema é que o partido quando vira aliado cobra um preço caro, arregala os olhos, enche a boca de água e exacerba no pecado capital da gula, “raspando todo o tacho” só deixando os farelos.

A ruptura foi boa para Bahia, afinal, é importante termos políticos do PMDB com cara de PMDB e os do PT com cara de PT e não como estava, onde podíamos encontrar no mesmo saco de farinha os dois, estávamos com um governo sem identidade petista. Acredito que eleitoralmente, apesar de parecer o contrário, o vitorioso nessa ruptura é Jaques Wagner. Os eleitores do governador estão definidos e sem esse aliado que “só queria raspar o tacho” a tendência é que Wagner comece a fazer o que não estava fazendo: Dar atenção aos verdadeiros amigos. Com a entrada de Geddel na Briga o que vai existir é uma luta entre ele e Paulo Souto que tem um eleitorado semelhante. Ambos vão se fragilizar e possivelmente vamos ver Geddel novamente no governo, seja no segundo turno apoiando Wagner ou apoiando o governador depois de eleito no primeiro turno, para mais uma vez encher o próprio prato.