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Pedagogia ou Engenharia? Talvez Direito… ou até Medicina. Vou para Salvador? Campina Grande? Ou continuo aqui? Diante de tantas possibilidades ou da inexistência delas, um dos grandes dilemas dos jovens que acabam o ensino médio é a difícil missão de escolher qual rumo oferecer para sua vida. Especialistas aconselham que não adianta pressa.

Para a aluna Rafaela Dourado, que acaba de concluir o ensino médio no colégio EdiMaster, a situação fugiu dos limites: “tive uma dúvida enorme, fiquei desesperada, chorei, me senti triste procurei até uma psicóloga. Não sabia o que fazer. Era como se nenhum curso tivesse haver comigo. Resolvi relaxar e fazer direito igual ao meu pai, se não me identificar com a área, faço outro curso depois”.

Professor Sérgio Luis

O professor Sérgio Luís, coordenador pedagógico e professor do Curso Pré Vestibular da UNEB em Lapão comenta que casos desses acontecem porque geralmente os alunos nessa faixa etária “não têm a maturidade de escolha necessária, até porque, não existem no currículo escolar disciplinas que estimulem a parte vocacional. Sempre aconselho a ter calma e decidir a opção com serenidade. Realize estudos prévios sobre as opções de curso, e escolha o seu sonho, esse é o segredo”, orienta Sérgio.

Mesmo com a opção definida, a estudante Louise Almeida sofreu com a ansiedade. A jovem garota de 16 anos, ao fazer o ENEM, relata que só conseguiu entregar a prova nos últimos minutos, porque com o nervosismo, ela perdeu muito tempo. “Quero pegar o resultado da prova e tentar engenharia em Salvador. Pensei na UNIFACS, mas estava tão agoniada na hora da prova que não sei se tive a pontuação necessária. Errei algumas coisas que sabia a resposta”. Para o professor, uma dica importante para solucionar essa problemática é desenvolver uma rotina de atividades como “resolver constantemente simulados, responder questões de vestibulares e fazer provas como a do ENEM. Isso é importante, porque oferece experiência, ameniza a ansiedade e o aluno se sente mais seguro”, diz o professor.

Com os altos índices de desemprego, muitos jovens transferiram o sonho de cursar uma universidade para conquistar um emprego bem remunerado e estável, é o caso de Eliane Martins, do Colégio Modelo, que já fez sua escolha. “Pretendo fazer concurso. Vestibular só se aparecer oportunidade, mas ainda estou em dúvida do curso. Prefiro fazer concurso porque o emprego é garantido e acho que assim dá pra conhecer melhor uma área e aí depois é só se especializar nela,” diz Eliane. Já o estudante Marcelo Lopes,  diz que inicialmente pretende “ingressar no mercado de trabalho durante seis meses e depois prestar vestibular para medicina. Eu sou muito ambicioso quando se trata de estudo, quero estudar para ter um bom emprego e um bom salário”.

Apesar da ansiedade, mercado de trabalho e indecisão, o professor Sérgio Luís, alerta que o principal problema é que existe uma carência de sonhos nos estudantes, de acordo com ele, “muitas famílias ainda não têm essa cultura do vestibular, elas acreditam que quando acaba a oitava série eles já estão formados e não incentivam a busca dos filhos. Também a falta de estrutura nos colégios ajudam, como a falta de professores, aulas vagas, principalmente na área de exatas, como física e química e a falta do estímulo de alguns professores que não incentivam os alunos a buscarem um vestibular. Por esses motivos muitos me questionam: para que vou estudar se vou para roça? Se encontramos tantos com anéis de formatura na roça? É triste mas muitos alunos não tem o sonho do vestibular enraizado. Mas isso está mudando, tenho alunos que saem  dos povoados para estudar no cursinho e não faltam um dia”.

Pedro Moraes